O título entregue pela Comissão Nacional de Validação (CNV) do Ministério da Saúde, na semana passada, inseriu Foz do Iguaçu entre as poucas cidades do país, com mais de 100 mil habitantes, a atingir a meta. Desde 2017, Foz do Iguaçu não registra casos de transmissão vertical do HIV (de mãe para filho).
O ato simbólico aconteceu na sede do programa IST/AIDs e também contou com a presença da secretária de Saúde, Rose Meri da Rosa e das diretorias dos serviços da pasta.
“Essa conquista não é só da gestão, mas principalmente dos servidores, que com mãos e corações se envolvem em alcançar as metas e melhorar os indicadores de saúde da população”, enalteceu Brasileiro.
Ele também ressaltou a virada de página e a evolução dos indicadores de saúde nos últimos anos. “É um trabalho coletivo que também deixa para trás uma fase difícil, marcada pela falta de exames, de acompanhamento da gestão com as mulheres e à população”, enalteceu Brasileiro, que completou: “Esses resultados, assim como o da mortalidade materna e infantil, que estão em redução, são os principais indicadores utilizados pela Organização Mundial da Saúde para medir a qualidade de saúde e condições de vida de uma população”.
A execução comprometida da política pública pelos servidores também foi enaltecida pela secretária de saúde. “Essa certificação é uma grande conquista porque estamos falando de geração de novas vidas, e garantir a eliminação da transmissão vertical é uma das ações mais humanizadoras da política pública e esse resultado é fruto da maestria com que todos desempenharam seus papeis”, ressaltou Rose.
O trabalho de excelência que garantiu a certificação é desenvolvido pelo programa IST/AIDs, que está articulado a toda rede de saúde.
“Graças ao esforço conjunto de toda a equipe, o município obteve parecer favorável da Comissão Estadual de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e foi habilitado a buscar a certificação a nível nacional, que ratifica o esforço realizado na qualificação das ações de vigilância, prevenção e controle da transmissão vertical”, disse o coordenador do programa IST/AIDs e Hepatites Virais, Wanderley Furtado.
A transmissão vertical do HIV ocorre quando a gestante, vivendo com HIV/Aids, não realiza o tratamento de forma adequada e transmite o vírus para o bebê ou também pode ocorrer no período do puerpério, durante a amamentação, no caso de mães infectadas.
Processo
O processo de trabalho e os indicadores do município foram apresentados à equipe Nacional de Validação do Ministério da Saúde no início do mês de outubro, durante uma visita técnica. Eles conheceram os serviços do Programa IST/Aids; Atenção Primária em Saúde; Vigilância Epidemiológica; Lacen-Fronteira, a maternidade do HMCC (Hospital Ministro Costa Cavalcanti) e o Consultório na Rua.
O objetivo foi verificar como funcionam os serviços rede, desde o diagnóstico de que uma mãe tem HIV, passando por todo o acompanhamento para que a doença não seja transmitida para o bebê.
Entre os critérios analisados estão a assistência pré-natal de alto risco à gestante portadora do HIV e o acompanhamento durante o parto e nos primeiros 18 meses de vida da criança, além do atendimento prestado às pessoas portadoras de HIV, entre outros fatores.
“As visitas foram realizadas para entrevistar os profissionais de saúde que prestam assistência às mulheres portadoras de HIV e ao serviço de Vigilância Epidemiológica do município. Nelas, os técnicos certificaram se as informações que os serviços inserem nos sistemas estão em conformidade com a realidade local”, explicou Furtado.
O Município alcançou o principal indicador considerado para a Certificação, que é o de não ter nenhuma criança infectada pelo HIV nos anos de 2020 e 2021, anos considerados para a Certificação.
Em 2020 foram registrados 19 gestantes com o vírus, todas acompanhadas pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais; em 2021 foram registrados 16 casos de gestantes com HIV, sendo todas acompanhadas pelo SAE.
Os demais indicadores necessários para a certificação também atestam a excelência dos serviços prestados na rede. Foz do Iguaçu obteve 100% de cobertura de gestantes infectadas com HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV), medicamento indicado para prevenir a transmissão da doença para o feto. Além disso, a cidade alcançou 100% de acompanhamento das crianças expostas ao HIV, ou seja, até os 18 meses, com exame de sorologia negativo para a infecção para o vírus.
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